Minhas divagações

Dizem que 'escrever e coçar é só começar', então vamos lá!
Criei este espaço para compartilhar um pouco as minhas reflexões sobre a vida.
Fique a vontade para interagir comigo. Bjs

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

CHORO DE DEUS


Chove lá fora...
Chove muito, chove copiosamente, chove forte!
Adoro chuva, sinal de bênçãos e promessa de dias melhores.
Hoje a chuva me preocupa. Não venta, não troveja, não tem granizo. Apenas cai torrencialmente.
Parece-me o choro de Deus. Choro triste; lamento insistente; choro copioso e dolorido. O homem fere a Sua criação. O homem agride irracionalmente a mãe natureza. Hoje ela responde, ela reclama, ela revolta-se.
A chuva forte de uma noite inunda o rio que não tem por onde passar. Suas margens estão tomadas pelas construções humanas. A enchente alaga tudo por onde passa.
Não consigo dormir. Lembro-me da Arca a ser construída. Lembro-me de Noé. Lembro-me do Dilúvio... Lembro-me da Aliança de Deus: “nunca mais destruirei todos os seres vivos, como fiz!”
Quando vejo a humanidade sofrendo por causa das fortes chuvas, do calor, das nevascas, dos vendavais, dos maremotos, dos terremotos; quando vejo toda essa manifestação de desordem dos fenômenos naturais, atenho-me à necessidade urgente de mudança no comportamento humano.
Deus não destruirá o mundo, mas o homem caminha para a autodestruição e ainda culpará o Criador por isso.
Fala-se em mudança com relação ao meio ambiente, preservação da natureza: fauna e flora e tudo mais. A urgência maior está na preservação da espécie humana. 
PrecisaMOS mudar o mundo, começando a mudar o coração humano. A partir do momento em que cuidarMOS melhor dos nossos semelhantes, a começar pela família, tereMOS homens melhores e assim poderão cuidar melhor do mundo em que viveMOS.
Se forMOS pais exemplares, professores exemplares, líderes exemplares, formareMOS filhos exemplares, alunos exemplares, cidadãos exemplares; elegereMOS políticos exemplares; tereMOS  governantes exemplares...
Pessoas exemplares são pessoas que mostraram e ensinaram com suas atitudes, dando exemplo. Jesus, maior exemplo de amor; Madre Tereza, de altruísmo; Gandhi, de paz; e assim muitos outros.
O mundo precisa de exemplos hoje, agora, urgente. Gente que plante árvores, que economize mais em vez de só consumir, que não jogue lixo no chão, que apague as luzes, que feche as torneiras, que divida o pão, que ame mais o irmão. Gente que não fure o sinal, que não roube na balança do supermercado, que atenda bem o paciente, que não fure a fila. Gente que não maltrate os animais, que cuide dos idosos, que não abandone os filhos, que não engravide precocemente, que não perca a infância, que não cresça sem valores e princípios. Gente que saiba ser gente. Gente humana com coração divino.
É preciso cuidar do homem urgente! O mundo será melhor, quando houver o resgate do divino que está se perdendo a cada dia na essência humana. Divino concretizado nas atitudes de respeito ao próximo, de cuidado com o que é seu e do outro, de compaixão com os menos abastecidos, de doação sem esperar em troca, de amor no seu mais prático sentido: altruísmo – desambição, desapego, desprendimento, desinteresse, devotamento, renúncia, beneficência...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

"Então é Natal..."

Sempre que duas pessoas se perdoam mutuamente,
é Natal.
Sempre que mostramos compreensão
para com nossos filhos,
é Natal.
Sempre que ajudamos alguém,
é Natal.
Sempre que alguém decide viver honestamente,
é Natal.
Sempre que nasce uma criança,
é Natal.
Sempre que experimentamos dar à nossa
vida um novo sentido,
é Natal.
Sempre que enxergamos com os olhos do "coração",
e com um sorriso nos lábios,
é Natal.

["Então é Natal..."]

Pois nasceu o Amor!
Pois nasceu a Paz!
Pois nasceu a Justiça!
Pois nasceu a Esperança!
Pois nasceu a Alegria!
Pois nasceu Cristo, Nosso Senhor!

(Mensagem recebida de uma amiga por e-mail, desconheço autoria)

Feliz Natal a todos que passaram por aqui e estiveram comigo em 2010.
O meu abraço carinhoso...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

MANIAS




Tenho “manias”. Aliás, quem não as tem? Tenho mania de ler jornal e revistas de trás para frente, tenho mania de colocar a caixinha de chicletes Clorets na ponta do dedo indicador, tenho mania de pressionar os dedos na testa quando estou nervosa. Tenho também mania de ler outdoor, placas, cartazes; enfim, tudo que vejo leio.
E falando em mania, virou mania colocar adesivos em carros com declarações de amor, homenagens a pessoas queridas, frases com duplo sentido, etc.
Fiquei irada quando li uma frase que dizia o seguinte: “Bobo é assim, tudo que vê, lê.” No mínimo, o idiota que inventou essa, não gosta de ler. Não pensei isso, porque sou professora de Português, penso que é total falta de cultura quem gosta de frases deste tipo.
Gosto de ler realmente, mas às vezes detalhes importantes são despercebidos por mim. Veja só: mulheres têm fama de ter mania de comprar. Eu sou exceção. Detesto comprar, mas como uma boa brasileira que sou, gosto de aproveitar promoções. Havia uma superpromoção de calçados em uma loja de minha cidade. Soube porque passei perto da vitrine e li o cartaz. Entrei com uma amiga, dei uma olhada rápida, estava com pressa não pude experimentar. Dois dias depois, lembrei-me da promoção. Ao sair do trabalho à tarde, resolvi dar uma passada na loja novamente. Os preços estavam atraentes, por conta disso não havia muitas opções de escolha no meu número, mas algo dentro de mim dizia que eu tinha que aproveitar o preço. Olhei, perguntei a atendente, insisti, até que ela encontrou uma sandália que serviu. Experimentei apenas o pé direito, olhei, não gostei muito do modelo, mas o preço era atraente. Não era bem a cor que eu gosto, mas o preço era atraente. Era um número menor que o meu, mas serviu e o preço era atraente. No fim, o preço, digo, a moça me convenceu a ficar com as sandálias.
Mais tarde, aliás, outra mania que tenho: experimentar várias vezes e andar dentro de casa com um calçado novo antes de usá-lo pela primeira vez; resolvi então experimentar o par de sandálias. Calcei o pé direito, tudo certo. Quando coloquei o pé esquerdo, já foi mais difícil. Entrou, entretanto ficou apertando o dedo mindinho. Não seria possível usar meu novo par de sandálias...
Não me chateei, pois ao sair da loja vi que tinha outros artigos em promoção e decidi que iria trocar as sandálias. No outro dia lá cheguei com a intenção de trocá-las por uma blusa. Mal comecei o meu discurso, a moça me mostrou o cartaz que dizia o seguinte: “não trocamos mercadorias da promoção.” Fui para casa arrasada e algo dentro de mim dizia o seguinte: “Bobo é assim, o preço é atraente, compra!”

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Inspirada pela lua


Teu olhar no meu
meu olhar no seu
vejo o teu coração
pulsar como o meu

Meu olhar na lua
tua lembrança me invade
teus olhos brilham
chega a saudade

Saudade é o amor que fica
amor é quando tu moras em mim
aqui, ali, na lua te vejo
longe ou perto, sempre te desejo! 

Motivada por uma lembrança
02/11/2010 - 23:10h

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A VOZ DO SILÊNCIO...


Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.

Simples, rápido! E quanta força!

Imediatamente me veio à cabeça situações
em que o silêncio me disse verdades terríveis,
pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.

Silêncios que falam sobre desinteresse,
esquecimento, recusas.

Quantas coisas são ditas na quietude,
depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo,
nem uma gargalhada
para acabar com o clima de tensão.

Só ele permanece imutável,
o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas
indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento
articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos
que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica,
ouvimos um dos dois gritar:
"Diz alguma coisa, mas não fica
aí parado me olhando!"

É o silêncio de um, mandando más notícias
para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações
em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha
com uma britadeira na rua,
o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche,
o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock,
o silêncio é um sonho.

Mesmo no amor,
quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda,
pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba,
é aquele que fala.

E fala alto.

É quando ninguém bate à nossa porta,
não há emails na caixa de entrada
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim, você entende a mensagem
Martha Medeiros

É muito bom quando queremos dizer algo e não conseguimos 
e antes de nós houve um 'gênio' que disse exatamente 
o que queremos dizer e não encontramos as palavras mais acertadas... 

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

"Simples assim"

"Não Sei

Não sei se a vida é curta ou longa demais pra nós,
mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida." 
(Site Pd Marcelo)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ORAÇÃO DO PROFESSOR

 
Amo ser professora, foi Deus que me enviou para essa missão!
Neste dia especial, peço:


" Dai-me, Senhor, o dom de ensinar,
Dai-me esta graça que vem do amor (Ágape).
Mas, antes do ensinar, Senhor,
Dai-me o dom de aprender.
Aprender a ensinar.
Aprender o amor de ensinar.
Que o meu ensinar seja simples, humano e alegre, como o amor.
De aprender sempre.
Que eu persevere mais no aprender do que no ensinar.
Que minha sabedoria ilumine e não apenas brilhe
Que o meu saber não domine ninguém, mas leve à verdade.
Que meus conhecimentos não produzam orgulho,
Mas cresçam e se abasteçam da humildade.
Que minhas palavras não firam e nem sejam dissimuladas,
Mas animem as faces de quem procura a luz.
Que a minha voz nunca assuste,
Mas seja a pregação da esperança.
Que eu aprenda que quem não me entende
Precisa ainda mais de mim,
E que nunca lhe destine a presunção de ser melhor.
Dai-me, Senhor, também a sabedoria do desaprender,
Para que eu possa trazer o novo, a esperança,
E não ser um perpetuador das desilusões.
Dai-me, Senhor, a sabedoria do aprender.
Deixai-me ensinar para distribuir a sabedoria do amor (Ágape)."

 (Fonte: Site Pd Marcelo)

Ps.: "Que o meu jeito de ser seja instrumento em Tuas mãos, Senhor, para ajudar meus irmãos que necessitam te conhecer." (Frei Hans)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Quem tem o quê?


Mãe tem filhos,
Professores têm alunos,
Time, jogadores.

Mar tem peixes,
Céu tem estrelas,
Jardim, flores.

Peruca tem cabelos,
Caixa tem fósforos,
Noiva, buquê.

Música tem melodia,
Versos têm poesia,
Eu, você!

sábado, 9 de outubro de 2010

EU AINDA QUERO O ELE QUERIA....


Eu queria ter e ser

Eu queria ter tipo um campo pra jogar
com todos os meus amigos.
Eu queria ter tipo uma vida menos corrida.
Eu queria ter uma vida menos confusa.
Eu queria acordar vendo uma cachoeira, todo dia.
Eu queria poder tomar banho nela quando quisesse.
Eu queria poder parar de procurar o amor.
Eu queria poder dormir abraçadinho com alguém.
Eu queria poder abrir a janela e olhar grandes
montanhas forradas de verde.
Eu queria poder dizer que sou feliz.
Eu queria poder dar aula numa escolinha no interior,
pra um monte de criança inocente.
Eu queria ter tipo uma mensagem que fizesse as pessoas desistirem de carrões, de grandes sonhos de consumo.
Eu queria ter tipo o poder de convencer que
as pequenas coisas são as mais gostosas.
Eu queria ser tipo mais compreensivo.
Eu queria ser tipo mais amigo.
Eu queria ser tipo um morador de uma casinha
dentro de um cenário qualquer.
Eu queria que pessoas como o Renato e o Cazuza
tivessem tido o que tanto cantavam, o amor.
Eu queria ter conhecido a Emília e o Visconde.
Eu queria ter um poço de pesca pra mim
e pros meus amigos.
Eu queria ter tipo uma máquina do tempo,
para poupar tanto sofrimento.
Eu queria ter uma cabana, com gelo no teto
e árvores em volta.
Eu queria nem saber o que é dinheiro.
Eu queria acordar com um grande café
da manhã na minha cama.
Eu queria registrar aquele sorriso
naquele dia para sempre.
Eu queria poder saber o que será do meu povo amanhã.
Eu queria saber dizer mais coisas agradáveis.
Eu queria que todos comemorassem o Natal de verdade.
Eu queria um dia poder voar como pássaro.
Eu queria ser tipo uma frota contra o mal.
Eu queria saber o que é o mal.
Eu queria ser tipo um cara que deixou algo pra alguém.
Eu queria poder mostrar aquele momento em que menino dividiu com todo mundo o pão velho que comia numa viela.
Eu queria poder entender como os engravatados
podem comer numa mesa onde o almoço é mais caro que o salário da maioria dos brasileiros e mesmo assim dormem tranqüilos.
Eu queria ser tipo um cara sem insônia, sem gastrite, 
sem dores fortes na alma.
Eu acho que queria ser desenhista.
Eu acho que queria ser só alguém num mundo legal.
Eu acho que ainda queria ter a esperança boba de achar que poderia fazer a diferença nessa bagunça de mundo.
Eu acho que vou dormir.
Eu também acho que amanhã bem cedo
vou procurar realizar pelo menos algo disso tudo,
e você o que acha?

Ferréz, escritor, autor de Capão pecado e 
Manual prático do ódio (Objetiva).
In revista Caros Amigos, janeiro de 2002.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

ESPERANÇA



Karina escreveu no seu texto QUERO TRAZER À MEMÓRIA AQUILO QUE ME DÁ ESPERANÇA(...)” está em um belo texto da Bíblia: quero trazer à memória aquilo que me dá esperança. O ser humano é capaz de fazer coisas absolutamente incríveis. As pessoas conseguem dar significado a coisas que aparentemente não parecem com nada, nem serviriam para nada. Me dá esperança olhar uma obra de arte. Me dá esperança ver um belo buquê de flores. Me dá esperança pegar alguém no colo. Me dá esperança ler um lindo poema. Me dá esperança ouvir uma boa música. Me dá esperança ver tanta gente discutindo alternativas para salvar o planeta. Me dá esperança ver que muita gente vive na batalha pra conseguir ganhar o pão honestamente. Me dá esperança saber que tem gente que supera o seu complexo de ostra e se aventura a gostar de uma outra pessoa.” (...)

Fiquei pensando sobre a ESPERANÇA: o que me dá esperança? Em que deposito minha esperança? O que ainda espero? Veio então à minha mente a música “DIAS MELHORES”do grupo Jota Quest. Eis o que também espero:
Dias Melhores

Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais
Dias que não deixaremos
Para trás

Vivemos esperando
O dia em que
Seremos melhores

Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo

Vivemos esperando
O dia em que seremos
Para sempre

Vivemos esperando
Dias melhores prá sempre
Dias melhores prá sempre
(Prá sempre!)...

Dias melhores
Prá sempre...



Prá sempre!
Sempre! Sempre! Sempre!...

Composição: Rogério Flausino  

O QUE TE DÁ ESPERANÇA?

terça-feira, 5 de outubro de 2010

JABOR ESCREVEU O QUE TENHO TIDO VONTADE DE PROCLAMAR:


“Fui criado com princípios morais comuns: Quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos, eram autoridades dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades… Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade… Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror… Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos. Por tudo o que meus netos um dia enfrentarão.

Pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos. Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem em tudo significa ser idiota. Pagar dívidas em dia é ser tonto… Anistia para corruptos e sonegadores… O que aconteceu conosco? Professores maltratados nas salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas. Que valores são esses? Automóveis que valem mais que abraços, filhas querendo uma cirurgia como presente por passar de ano. Celulares nas mochilas de crianças. O que vais querer em troca de um abraço? A diversão vale mais que um diploma. Uma tela gigante vale mais que uma boa conversa. Mais vale uma maquiagem que um sorvete. Mais vale parecer do que ser… Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo?

Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores! Quero me sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão! Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a vergonha na cara e a solidariedade. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho. Quero a esperança, a alegria, a confiança! Quero calar a boca de quem diz: “temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa. Abaixo o “TER”, viva o “SER”. E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como um céu de primavera, leve como a brisa da manhã!

E definitivamente bela, como cada amanhecer. Quero ter de volta o meu mundo simples e comum. Onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases. Vamos voltar a ser “gente”. Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? Quem sabe?… Precisamos tentar… Quem sabe comecemos a caminhar transmitindo essa mensagem… Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!”.

Arnaldo Jabor

SÓ DE SACANAGEM

Em tempo de eleições, 
1º turno e agora 2º turno, 
de tanta sacanagem 
rolando solta por aí, 
vale a pena reler 
esse poema de Elisa Lucindo:
Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança
será   posta   a  prova?
Por quantas provas  terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar, malas, 
cuecas que voam entupidas de dinheiro,
do meu dinheiro, 

do nosso dinheiro,
que reservamos duramente pra educar
 os meninos mais pobres que nós,
pra cuidar gratuitamente da saúde
deles e de seus pais,
esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade
e eu não posso mais...
 Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz,
minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança
vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem
pra aperfeiçoar o aprendiz, 
mas não é certo que a mentira
dos maus brasileiros 
venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, 
regada ao conselho simples de meu pai,
de minha mãe, minha avó
e dos justos que os precederam:
'não roubarás',
‘devolva o lápis do coleguinha!’, 
‘esse apontador não é seu, minha filha’.

Ao invés disso, tanta coisa nojenta
e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo,
coisa da qual nunca tinha visto falar
e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste:
esse é o tipo de benefício
que só ao culpado interessará.

Pois bem, se mexeram comigo,
com a velha e fiel fé do meu povo sofrido,
então agora eu vou sacanear:
Dirão: 'deixa de ser boba, desde Cabral, 
que aqui todo mundo rouba'.
Eu vou dizer: 'não importa, 
será esse meu carnaval,
vou confiar mais e outra vez'.

Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, 
vamos pagar limpo a quem a gente deve 
e receber limpo do nosso freguês.  
Com o tempo a gente consegue ser livre,
ético e o escambau.
Dirão: “É inútil, todo o mundo aqui é corrupto,
desde o primeiro homem que veio de Portugal”.

Eu direi: Não admito, 
minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram?  I-M-O-R-T-A-L!
Sei que não dá para mudar o começo
mas, se a gente quiser,
vai dar para mudar o FINAL!” 

PENSEM NISSO!!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Olhos cor-do-céu



Os outros, quando me olham,
não me vêem como realmente sou,
porque não me vêem através dos meus olhos.

Meus olhos azuis falam muito de mim.
Olhos que buscam o infinito
Que vislumbram a vida eterna;
Olhos que apreciam, antes de tudo,
A beleza interior, o caráter,
O respeito humano pela criação divina.
Olhos que ficam atentos diante de injustiças, 
                                          mentiras e incoerências.
Olhos que percebem o não dito e que 
                                         enxergam o interno.

Olhos que ficam inebriados ao observar
um pôr-do-sol, uma noite de luar, um céu estrelado...
Olhos que se encantam
com crianças brincando,
uma mãe amamentando,
uma flor desabrochando...
Olhos que derramam lágrimas
Com a perda de um ente querido,
Por motivos incompreendidos,
Por graças recebidas, por tristezas inexplicáveis...

Meus olhos buscam outros olhos quando falo
Meus olhos falam por mim:
Na dor do outro são cúmplices, tornam-se dóceis,
Na dúvida ficam nublados,
Na alegria brilham com intensidade,
Na angústia choram, choram, choram...
Olhos azuis da cor do mar que eu adoro
Olhos azuis da cor do céu que é meu sonho
Olhos da cor azul, minha preferida
Olhos azuis que tentam ver o outro
Como os olhos de Deus...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Quem é você quando ninguém está olhando?



Um dia desses me pediram para fazer a reflexão da Palavra de Deus e o evangelho do dia trazia o seguinte versículo “aquele que é fiel nas coisas pequenas, será também fiel nas coisas grandes. E quem é injusto nas coisas pequenas, será injusto também nas grandes" (Lc 16, 10). Acho que são belas e profundas estas palavras de Jesus!

Nessa mesma semana eu conversava com uma amiga e observava seus livros na estante. Adoro livro, não posso vê-los que logo começo a folhear. Começamos a falar sobre alguns títulos ali expostos e ela me perguntou se eu conhecia um livro, cujo título era: “Quem é você, quando ninguém está olhando? Eu nunca tinha ouvido falar e confesso que fiquei curiosa. Fiquei e ainda estou refletindo até hoje sobre a pergunta-título desse livro: “quem é você, quando ninguém está olhando?” Temos dupla personalidade?! É comum as pessoas se mostrarem de uma forma e quando ocultas serem outras?

Refletir sobre a Palavra de Deus na frente de uma igreja; falar para várias pessoas numa palestra, numa reunião; estar numa sala de aula e ser referência para uma turma exercendo a função de professora; todas essas situações são extremamente imbuídas de uma responsabilidade muito grande. As pessoas que estão te ouvindo prestarão atenção nos mínimos detalhes e avaliarão suas palavras relacionando-as a sua prática, ao seu testemunho, as suas atitudes e exemplos. 

Assim é na igreja, assim é em casa, assim é na escola. E quando não tem ninguém olhando? Quem somos nós? Nesse momento que estou escrevendo o texto, qual é a minha fidelidade ao que eu prego, ao que eu ensino, ao que eu acredito, ao que eu falo?

No início do ano levei um texto para os meus alunos lerem e refletirem comigo sobre o papel deles enquanto alunos, o meu enquanto professora, a nossa postura enquanto cidadão, enquanto ser humano e o que podia mudar em relação aos outros, em relação a fazer a diferença nesse mundo. O Texto dizia que a cada 100 pessoas, apenas 5 são especiais. E nós podemos escolher qual grupo queremos pertencer. O grupo que faz de tudo para estar nos 5% ou pertencer ao resto? O resto, que hoje eu acrescento, não é fiel nas pequenas coisas. O resto que não são os mesmos quando ninguém está olhando. Os que não fazem a diferença.

Não sei se meus alunos ainda se lembram disso. Não sei se as pessoas prestaram atenção na reflexão que fiz, a luz de suas atitudes. Diante de alguns comportamentos observados, tenho refletido se faz alguma diferença estarmos na frente de algum grupo, seja ele qual for. Será que as palavras ainda tocam? Será que os livros ainda transformam vidas? Será que alguém ainda ensina algo para alguém?