segunda-feira, 1 de agosto de 2011
NECESSIDADE
Vivo dizendo que quero mudar de moradia [também de lugar, profissão, jeito de ser...], que quero morar em outro lugar, que quero sumir, e principalmente que gostaria de fugir. Não sei o porquê, mas sinto essa necessidade, simplesmente porque está no meu coração, na minha mente. Karina Cabral, no seu blog “Mafalda Crescida” postou um texto recentemente falando sobre o “fugir” e ela expôs, como sempre faz em seus textos, muito bem essa minha necessidade, que não é somente minha, penso agora que todo mundo, em algum momento da vida, sente que precisa fugir – quer seja consciente ou não do motivo –, de alguma coisa...
Eis o texto, o qual me refiro:
“Fugir pode ser, sim, um ato de covardia, de preguiça, de egoísmo e imaturidade.
Mas fugir também pode ser um ato de rebeldia, de transgressão, de meninice.
A gente às vezes pode fugir de uma situação ruim, por cuidado, pra se preservar. Pode também fugir de algo que deseja muito, mas sabe que não devia desejar… E por isso, por cautela, por precaução… Foge.
A gente pode fugir de pessoas que não suporta mais, por fazerem mal. E pode fugir também por precisar de um tempo, mesmo daqueles que você ama muito. A gente pode fugir pra poder sentir falta, e pra entender, à distância, o habitual, o vai-e-vem de sempre.
A gente pode fugir de situações rotineiras, do cotidiano de mesmice, das coisas que nunca mudam. Se elas não mudam, a gente muda e foge um pouco, pra descansar, pra ganhar novas forças e depois voltar, trazendo um toque aqui e ali de mudança, pois quando a gente muda, não tem jeito… Tudo que cerca muda com a gente.
A gente pode fugir um pouco pra se divertir, pra desencanar, ver novas coisas, novas paisagens, novos ares, respirar de um outro jeito, dormir e acordar de outro jeito, comer de um outro jeito, conversar de um outro jeito.
A gente pode fugir pra se esconder, quando faz a óbvia constatação que existem coisas e pessoas muito mais fortes que nós, e que contra o que a gente não pode, a gente ignora, deixa pra lá até poder, ou deixar de fazer sentido.
A gente pode fugir sozinha ou acompanhada. Deixando aviso ou sumindo. Pra sempre ou por um tempo.
A gente pode fugir pra correr de uma coisa, sem perceber que inevitavelmente estamos correndo para outra, e isso não é ruim, muito pelo contrário… Pode ser ótimo.
A gente pode fugir de armadilhas que a gente mesmo arma, e que magoam, machucam, destróem, e lá, no canto de fuga, a gente coloca tudo no lugar, cola todos os cacos, e volta mais forte.
A gente pode fugir, sim. E muitas vezes, a gente deve fugir.
O dia-a-dia às vezes espreme a gente, sem que a gente perceba, e de repente, a gente está lá, espremida, comprimida, compactada, juntada. Fugindo, a gente pode finalmente espreguiçar, abrir os braços, abrir os olhos, abrir o coração, e voltar mais tranquila, pronta pra outra.
Fugir pode ser vital. E uma delícia.
Fui!”
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Realmente muito bom o texto da Karininha e mais uma vez ela fala pela gente, não é? Sobre isso só tenho uma coisa para te dizer: descobre primeiro do que ou por que quer fugir, depois a gente volta a conversar, certo?
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