Minhas divagações

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Criei este espaço para compartilhar um pouco as minhas reflexões sobre a vida.
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domingo, 21 de março de 2010

Resenha de Março


O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO
 Jerome David Salinger

Nos filmes, nos livros o que sempre me chama a atenção, antes de conhecê-los, são os títulos. Quando eu não os conheço através de alguém que me fala deles, eu chego até eles movida pelo que pode ter por trás daquele instigante, curioso, sem graça, estranho, esquisito, bonito, poético título.
Assim aconteceu comigo e o livro O Apanhador no Campo de Centeio. Na minha adolescência sempre ouvi falar muito a seu respeito. Naquela ocasião não era divulgada uma lista na Veja (e eu nem sabia da existência dessa revista) dos livros mais vendidos, mas ouvi falar tanto dele que deveria estar pelo menos na lista dos mais falados da época. O seu título me instigou a querer lê-lo. Nunca soube de ninguém que tivesse lido-o para me falar a respeito ou que tivesse um exemplar para me emprestar. Então imaginava pelo título, um lindo e imenso campo de trigo (porque centeio não sei o que é, mas imagino que seja uma espécie de grão parecido com trigo) e um senhor colhendo os grãos e sendo o protagonista de uma história com uma linda lição de vida.
Quão grande foi minha surpresa, perceber logo no início de minha leitura que não se tratava de nada parecido com o que imaginei. Então movida pela curiosidade de saber de onde veio esse título foi que li avidamente esse livro.
O narrador é a própria personagem e protagonista Holden Caulfeild, um jovem (estranho pra chuchu) de dezesseis anos que acaba de ser expulso mais uma vez da escola em que estuda. Com medo da reação da família, no fim de semana que antecede a ida para a casa dos pais, ele sai pelas  ruas de Nova York em busca de um encontro consigo. Tão perdido ele se encontra nesse momento de sua vida que ele sofre um esgotamento. E no lugar onde ele está se recuperando ele resolve contar o que sucedeu no último natal.
Esse garoto difere-se dos demais de sua idade, pois nada lhe agrada, nada lhe chama atenção, nada  lhe satisfaz, nada lhe dá prazer e por conta disso ele não se encaixa em lugar algum. A franqueza com que expõe seus sentimentos, pensamentos e emoções até nos atrai à empatia, mas no início, pode-se estranhar a linguagem, pois o autor transcreve todas as gírias do adolescente. O clímax do livro é o diálogo de Holden com a sua irmãzinha Phoebe, ao reencontrar-se escondido com ela na casa dos pais. Ela diz que o pai vai matá-lo por ele ser expulso novamente do colégio e entre uma fala e outra ela o instiga a dizer apenas uma coisa de que ele goste. E é nesse instante que se entende o porquê do apanhador, do campo e do centeio.
Confesso que me decepcionei, sim. Decepcionei-me com o livro o qual eu esperei tanto para ler, por não atender às minhas expectativas quanto ao teor (Não é nada do que imaginei.).
Por ser um clássico, não é um livro... (como posso dizer?) ‘Nada demais!’.  Ele descreve bem um momento pelo qual todos passamos (aquela fase de se estar meio perdido, de não encontrar seu lugar no mundo, aquela crise de existência, talvez.).

É realmente um livro bom. Termino destacando uma das últimas frases do Holden: “A gente nunca devia contar nada a ninguém. Mal acaba de contar, a gente começa a sentir saudade de todo mundo.” Nesse contexto você se dá conta de que não é só quem conta a história que sente saudades, mas o leitor também.
Vou sentir saudades do Holden e suas histórias!

9 comentários:

  1. Depois que ouvi vários comentários sobre este livro também fiquei muito curiosa para lê-lo, porém sei que as minhas expectativas com relação a ele são muito boas. É bom ter a sua opinião tão bem apresentada, assim iniciarei a leitura com outra visão. Obrigada! Perfeita a sua resenha!!! Bjos!

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  2. Meus comentários a respeito são exatamente como os seus. É um livro bom, mas me decepcionei quando penso que passei tantos anos ouvindo falar dele e por ele ser um classico tão falado!

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  3. Sempre ouvi falar exatamente o que vc disse. Por esperar demais ele acaba sendo uma decepção...

    sei lá, não tenho vontade de lê-lo.

    bjs

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  4. Desde que comecei a ler as resenhas sobre esse livro, eu estou numa curiosidade enorme para lê-lo.
    XD

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  5. Nossa, Kézia, que bom! Fico contente que as resenhas tenham despertado ainda mais sua curiosidade em relação a esse livro...

    Ótima leitura então!
    Bj

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Oi, Regina. Excelente resenha. Confesso que as resenhas de todos os desafiantes que leram a referida obra me deixaram intrigada. Vou querer ler para saber qual é a dessa história...rs

    Beijocas

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  8. Nem sei se um dia vou le-lo, mas depois de tantas resenhas sobre ele, vou le-lo com a mente aberta, sem julgá-lo em nada....parabéns pela resenha..bjus elis!!!!

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  9. Deve ser por eu ter me identificado tanto com Holden que o considero o melhor livro que já li, e a simplicidade do livro me encanta, também coisas muito complexas me deixam entediado facilmente. O estranho da minha parte é que primeiro li o livro e só depois que li que comecei a procurar resenhas sobre ele.Bom, é um ótimo livro e acho que todo adolescente deveria ler.

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