terça-feira, 12 de janeiro de 2010
PENSAR DEMAIS
Parece que sempre estamos nos enquadrando dentro de alguns padrões que nos tornam iguais a muitas pessoas: “as magrinhas”, “as gordinhas”, “as que gostam disso”, “as que gostam daquilo”. Nesse sentido também sempre me julguei diferente, pois nunca ou raramente me encaixo em algum padrão, que deveria encaixar. Posso até enumerar algumas coisas para exemplificar: sou mulher e diferente da maioria não gosto de rosa, da cor rosa, da flor só no pé, plantada na terra. Diferente das demais, não gosto de vestidos, não gosto de saltos, de maquiagem, entre outras coisas que a maioria das mulheres gostam.
Estas diferenças são visíveis e superficiais talvez, mas a diferença a qual me refiro está ligada à subjetividade. Ao modo de sentir e perceber as coisas, à maneira de ser e estar no mundo, à concepção de mundo enquanto ser humano ‘racional’ que sou.
Tenho um defeito ou qualidade não sei. Ainda não consegui descobrir ou definir se isto é bom ou ruim: eu penso demais! Prova disso é esse texto. Agora são 00:15h e eu devia estar dormindo há mais de uma hora, no entanto, simplesmente, não consigo.
Cheguei da faculdade, aliás, essa é a terceira que estou fazendo (talvez /por/ ‘pensar demais’, justifique essa proeza – querer então sempre centrar meus pensamentos nos estudos?), pus o pijama, li a Bíblia, fiz minhas orações, deitei. E o sono depois de uma hora e quinze minutos não chega. Nesse tempo um turbilhão de pensamentos passou pela minha cabeça. Resolvi então pegar meu caderninho e registrar alguma coisa...
Acho que estou descobrindo a causa ou uma sequela já, dessa minha qualidade ou desse meu defeito. Eu não tenho saúde mental. Rubem Alves disse que para ter saúde mental é preciso ouvir muito rock, assistir a muitos programas da linha “Silvio Santos”, ler muitos jornais, se possível diariamente. Nada de ler Drummond, Cecília Meireles, Saramago; de ouvir Brahms, Bach, Mahler; de assistir ao Chaplin, peças de Shakespeare...
Entendi que ter saúde mental é não ter os pensamentos aguçados, fervilhando. É ver as mesmas coisas do mesmo modo sempre, é ser passivo diante do que ouve, do que vê. Entendi que ter uma mente saudável é não se incomodar diante das injustiças sociais, é não sensibilizar e se tocar diante dos inúmeros absurdos pelos quais somos acometidos todos os dias: roubos, seqüestros, assassinatos, corrupção, agressões à mãe natureza, abuso de poder, culto ao dinheiro, aos prazeres mundanos: sexo, bebidas, drogas. Ter saúde mental é ser igual a muitos neste mundo que simplesmente existem, não fazem a diferença; não são tocados e a ninguém tocam; não pensam e a ninguém dão trabalho, não pensam e nem fazem pensar, são pessoas que estão passando pelo bosque da vida e só enxergam lenha para sua fogueira, cujo calor só faz conservar a saúde do seu corpo e da sua mente...
Sendo assim, não quero ter saúde mental. Deixe-me aqui divagar, enquanto o sono não vem. Boa noite! E boa saúde aos que dormem ainda que estejam acordados.
sábado, 9 de janeiro de 2010
DESAFIO LITERÁRIO - 1ª resenha
Resenha de Janeiro – “Verão Escaldante”
(Romance de Banca)
(Romance de Banca)
Quando gostamos de um filme, vemos várias vezes, não é verdade? E quando gostamos de um livro, repetimos quantas vezes a leitura do mesmo?
Não sei se por aqui (entre os participantes do ‘Desafio Literário 2010), alguém já leu algum livro de que tenha gostado muito, inúmeras vezes. Isso já ocorreu comigo.
Não cresci rodeada de livros, nem sempre gostei de ler e por incrível que pareça, enquanto estudante, lá pelos fins do magistério (sim, sou professora) lia muito... rsrsr... muito romance de banca apenas. E como gostava! Li muitos, mas não li nenhum deles várias vezes e nem precisava... rsrs
Fiquei um bom tempo sem ler (outras leituras), até conhecer, na faculdade uma pessoa que tornou-se minha amiga. Ela gosta tanto de ler que ainda criança tinha o hábito de ler dicionários, pode?
Essa amiga falou tão bem do livro “O Pequeno Príncipe” que me fez querer lê-lo. Eu ameiiii!! (É o meu livro nº1) Depois ela até me deu um exemplar de presente. E eu já o li mais de umas 8 vezes... É o tipo de livro que cada vez que você lê, ele tem algo diferente a te dizer...
Depois de “O Pequeno Príncipe” vieram “O menino do dedo verde”, “Olhai os lírios do campo” “Helena”, “O Nome da Rosa”, a paixão por Drummond e a literatura na minha vida. Tudo indicação e influência do meu anjo de olhos-cor-de-mel.
O tempo passou. A vida mudou. Descobri outras paixões e assim ficaram para trás os romances de banca, até que descobri o ‘desafio’, decidi participar e como primeira indicação de leitura estava lá o tão amado, nos tempos de juventude, Romance de Banca.
Confesso que não tive nenhum critério na hora de escolhê-lo. Tenho uma amiga (outra) que tem vários e liguei para ela e pedi que mandasse alguns exemplares para que ‘o nosso grupo’ pudesse ler. Escolhi o meu romance pelo título e pelo ‘moço’ da capa, pode? Como estamos no verão e há dias em que está um calor insuportável, optei então pelo “Verão Escaldante”, para ver se conseguia fazer alguma relação com a minha realidade... rsrs
E assim foi feita a leitura do livro, buscando uma relação com a minha vida. Como ‘briguei’ com a Anne protagonista da história, como a xinguei de idiota e ingênua. Gente, pode alguém ver um cara (Jerry, o tal) pela primeira vez num bar, trocar meia dúzia de palavras e depois ir atrás dele, se entregar aos beijos e tudo mais (já de cara), passar em casa depois, pegar as economias dos pais e trepar numa moto e fugir com ele? Vocês podem não achar, mas achei isso um absurdo...rsrs. E depois fiquei pensando: “Se no início já rolou além das ‘preliminares,’ o que mais pode acontecer?” E é claro que o escritor (Paul May) soube conduzir isso muito bem, porque muita coisa aconteceu. E quem quiser saber o quê, de mais interessante, aconteceu nesse romance, vai lê-lo; ora pois, pois!!! (a tradução do livro é no português de Portugal, muito engraçado até, tem hora...)rsrs
Assim como fiz nas diversas vezes em que li o meu livro preferido, destaquei algumas frases que me chamaram a atenção no romance lido. Registro aqui para vocês a seguinte:
“Tanto no mar como na vida, os homens justos devem ajudar os náufragos”. A Anne, gente, ‘naufragou’ bastante nessa história, ai, ai... Nós também temos os nossos ‘naufrágios’ de vez em quando, não é mesmo? O verão para ela, foi por demais escaldante. Ah, se foi!! Mas também, cabeça dura como ela.
Detalhe: ela tem 20 aninhos, eu 33. Então não tem como brigar, né? A vida vai ensinar-lhe muito ainda... rsrs MOTIVAÇÃO
Ano novo, vida nova...
Assim como a Bel, autora do blog 'deixoler', não quis deixar esse ano passar em branco sem a tradicional listinha dos 'empreendimentos' para 2010. Como não tive tempo de criar a minha, vi, li e gostei da sugestão do Desafio Literário 2010 proposto pela Vivi e decidi participar. Fiquei tão empolgada com o desafio que acabei criando este blog para postar as minhas resenhas e entre uma inspiração e outra postar outros textos.
Um abraço a todos que por aqui passarem. Bjs
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