Minhas divagações

Dizem que 'escrever e coçar é só começar', então vamos lá!
Criei este espaço para compartilhar um pouco as minhas reflexões sobre a vida.
Fique a vontade para interagir comigo. Bjs

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Alguém...


Por não conseguir dizer o que está mudo dentro do meu coração e grita na minha alma, faço minhas as palavras de Karina Cabral:

Se tem uma coisa que o tempo me trouxe, foi a dura compreensão do aforismo engraçadinho do Mario Quintana: “o pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso”.

O poeta concluiu que, em horas de medo, tristeza, desespero, cansaço, doença e inconstância… Embora seja válido ( e mais que válido ) a gente buscar apoio, e recebê-lo de algumas poucas almas iluminadas que ainda se dedicam a importar-se com outras almas perdidas… Na hora H, a coisa tem que ser vivida apenas por quem precisa vivê-la. E os abraços, mensagens, telefonemas, orações, palavras bonitas e boas intenções apenas abrandam, mas não resolvem a dor. A existência humana é essencialmente solitária. E são poucos os que conseguem realmente compartilhá-la; compartilhar é abrir mão de querer ter tudo para si mesmo; é dividir, é dividir-se, por vezes até mesmo dilacerar-se – coisa que cada vez mais desaprendemos a fazer. Como dizia minha sábia vozinha, “pela gente, só Deus. O resto é conversa.”.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

TEMPO NOVO - Feliz 2013

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
A que se deu o nome de Ano,
Foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar de entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e...
Outra vontade de acreditar,
Que dali para adiante vai ser diferente...

(Carlos Drumond de Andrade)
"Para você,
Desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.

Pra você,
Desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrirem.
Todas as músicas que puder emocionarem.

Pra você neste novo ano,
Desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
Que sua família esteja mais unida,
Que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente...
                   
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.

Desejos GRANDES e que eles possam te mover a cada minuto,
Ao rumo da sua felicidade!!!"  
 (Restante do texto é de autor desconhecido por mim)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

'GOTAS DE POESIA'

Quisera ter o ‘fingimento’ de Pessoa
A sutileza irônica de Machado de Assis
Ou até mesmo ser gauche como Drummond
Para cantar o instante e
Como Cecília ser poeta.

Mas o anjo, que também devia ser torto
Quando nasci, disse simplesmente:
Vai Regina, ser alguém na vida!

Talvez não faça história
Talvez não escreva livros
Mas por onde passe
Dê o máximo que consiga.

Seja o que for por excelência
Atitudes, valores, princípios
Reflexo de sua essência.

Talvez não atinja o mundo
O mundo, vasto mundo
Mas terá no coração
Sentimento profundo

Pelas palavras amor
Pelos livros interesse
Pelas histórias curiosidade
Pelas pessoas amor e respeito.

Por isso tanta cobrança
Tanto compromisso
Tanta dedicação
– Difícil atingir –
(Mas) busco a perfeição.

A você que me admira
Que minhas qualidades exalta
Que, com ousadia, me desafia
Contrariando as minhas preferências
Agradeço!

Agradecimento em forma de palavras
Com sabedoria tentei encontrar
E dispô-las com harmonia
Para os sentimentos demonstrar.

Rimas ricas ou pobres
Versos brancos e livres
Misturados a uma prosa amiga
Em cada letra
Uma gota de poesia.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

DESCUIDO COM O VERNÁCULO... caiu no ENEM



Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre  pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos  vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra no último “Quarto de Badulaques”. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção” – do verbo “varrer”. De fato, trata-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário, aquela que tem, no topo, a fotografia de uma “varroa”(sic!) ( você não sabe o que é uma “varroa”?) para corrigir-me do meu erro. E confesso: ele está certo. O certo é “varrição” e não “varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim porque nunca os vi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostra-lhes o xerox da página do dicionário com a “varroa” no topo. Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala “varreção” quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela mas reclama sempre que o prato está rachado. 

RUBEM ALVES “Quarto de Badulaques"

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

CONQUISTA


Cativou-me pelo cuidado
Pelo amor calado
Pela doçura no olhar
Pela presença constante
Pela espera aparente

Conquistou-me pelo gesto contido
Pelo respeito velado
Pelo tempo passado
Perdido ao meu lado

Amei por que... não sei explicar
O silêncio se fez entender
O olhar traduziu o sentir
A companhia trouxe o prazer
A pressa não a soube ser

A conquista se deu à medida...
Da importância retribuída
Do valor à simplicidade
De pequenos espaços
Recheados de intensidade
No kairos da vida.
                                                                           23h

segunda-feira, 16 de julho de 2012

AMIGOS...


"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril"
Fernando Pessoa

segunda-feira, 9 de julho de 2012

"Não sei o que é certo ou errado..."


Entregue ao sono das águas
De um mar que eu mesma chorei,
Navego em busca do encontro
Dos sonhos que um dia deixei.

Carrego comigo um destino
Em forma de tudo o que é bom.
Deus me mostrou o caminho
E agora escolho a direção.

Não sei o que é certo ou errado,
Mas minha menina precisa brincar.

Por isso mergulho aqui dentro,
Nesse momento,
Na esperança de achar
O que é mesmo importante na vida,
Pra que ela seja vivida
Em sua plenitude.

Com carinho eu abraço sorrindo,
O amor me pedindo
Que por ele eu lute.
                                Paula Fernandes

sábado, 7 de julho de 2012

VONTADE


"Que a vida ensine que tão
ou mais difícil do que ter razão, é saber tê-la.
Que o abraço abrace.
Que o perdão perdoe.
Que tudo vire verbo e verbe.
Verde. Como a esperança.
Pois, do jeito que o mundo vai,
dá vontade de apagar e começar tudo de novo..."

Artur da Távola

domingo, 24 de junho de 2012

ARVOREANDO por Padre Fábio de Melo


"Uma das coisas que eu acho fascinante em Jesus, é a capacidade que ele tinha de encontrar no meio da multidão, pessoas.

Ele era capaz de reconhecer em cima de uma árvore um homem, e descobrir nele um amigo.

Bonito uma amizade que nasce a partir da precariedade, quando você chega desprevenido, o outro viu o que você tem de pior, e mesmo assim, ele se apaixonou por você. Amor concreto, cotidiano, diário.

Jesus se apaixonava assim pelas pessoas e as tornava suas amigas. As trazia para perto Dele.

É fascinante olhar para a capacidade que esse homem, que esse Deus tem, de investigar a miséria do outro e encontrar a pedra preciosa que está escondida. Isso é Páscoa, isso é ressurreição. É quando no sepulcro do nosso coração, alguém descobre um fio de vida, e ao puxar esse fio, vai fazendo com que a gente se torne melhor.

Não há nada mais bonito do que você ser achado quando você está perdido.

Não há nada mais bonito do que você ser encontrado, no momento que você não sabe para onde ir e não sabe nem onde está...

O amor humano tem a capacidade de ser o amor de Deus na nossa vida por causa disso: porque ele nos elege!

Por isso que é bom termos amigos, porque na verdade, as pessoas amigas antecipam no tempo, aquilo que acreditamos ser eterno...

Quando elas são capazes de olhar para nós e descobrir o que temos de bonito. Mesmo que isso, as vezes costuma ficar escondido por trás daquilo que é precário.

Por isso agradeço muito a Deus pelos amigos que tenho. Pelas pessoas que descobriram no que eu tenho de pior, uma coisinha que eu tenho de bom, e mesmo assim continuam ao meu lado, me ajudando a ser gente, me ajudando a ser mais de Deus, ajudando a buscar dentro de mim, a essência boa que acreditamos que Deus colocou em cada um de nós.

Ter amigos, é como arvorear: lançar galhos, lançar raízes... Para que o outro quando olhar a árvore, saiba que nós estamos ali...Que nós permanecemos para fazer sombra, para trazer ao outro, um pouco de aconchego que ás vezes ele precisa na vida...

ARVOREIE! CRIE ÁRVORES! SEJA AMIGO

sábado, 2 de junho de 2012

DIA DOS NAMORADOS...


Já que se aproxima o dia dos namorados, o texto a seguir é para refletir:

DOS FICANTES AOS NAMORIDOS
por Martha Medeiros

Se você é deste século, já sabe que há duas tribos que definem o que é um relacionamento moderno.

Uma é a tribo dos ficantes. O ficante é o cara que te namora por duas horas numa festa, se não tiver se inscrito no campeonato “Quem pega mais numa única noite”, quando então ele será seu ficante por bem menos tempo — dois minutos — e irá à procura de outra para bater o próprio recorde. É natural que garotos e garotas queiram conhecer pessoas, ter uma história, um romance, uma ficada, duas ficadas, três ficadas, quatro ficadas... Esquece, não acho natural coisa nenhuma. Considero um desperdício de energia.

Pegar sete caras. Pegar nove “mina”. A gente está falando de quê, de catadores de lixo? Pegar, pega-se uma caneta, um táxi, uma gripe. Não pessoas. Pegue-e-leve, pegue-e-largue, pegueeuse, pegue-e-chute, pegue-e-conte-para-os-amigos.

Pegar, cá pra nós, é um verbo meio cafajeste. Em vez de pegar, poderíamos adotar algum outro verbo menos frio. Porque, quando duas bocas se unem, nada é assim tão frio, na maioria das vezes esse “não estou nem aí” é jogo de cena. Vão todos para a balada fingindo que deixaram o coração em casa, mas deixaram nada. Deixaram a personalidade em casa, isso sim.

No entanto, quem pode contra o avanço (???) dos costumes e contra a vulgarização do vocabulário? Falando nisso, a segunda tribo a que me referia é a dos namoridos, a palavra mais medonha que já inventaram. Trata-se de um homem híbrido, transgênico.

Em tese, ele vale mais do que um namorado e menos que um marido. Assim que a relação começa, juntam-se os trapos e parte-se para um casamento informal, sem papel passado, sem compromisso de estabilidade, sem planos de uma velhice compartilhada — namoridos não foram escolhidos para serem parceiros de artrite, reumatismo e pressão alta, era só o que faltava.

Pois então. A idéia é boa e prática. Só que o índice de príncipes e princesas virando sapo é alta, não se evita o tédio conjugal (comum a qualquer tipo de acasalamento sob o mesmo teto) e pula-se uma etapa quentíssima, a melhor que há.

Trata-se do namoro, alguns já ouviram falar. É quando cada um mora na sua casa e tem rotinas distintas e poucos horários para se encontrar, e esse pouco ganha a importância de uma celebração.

Namoro é quando não se tem certeza absoluta de nada, a cada dia um segredo é revelado, brotam informações novas de onde menos se espera. De manhã, um silêncio inquietante. À tarde, um mal-entendido. À noite, um torpedo reconciliador e uma declaração de amor.

Namoro é teste, é amostra, é ensaio, e por isso a dedicação é intensa, a sedução é ininterrupta, os minutos são contados, os meses são comemorados, a vontade de surpreender não cessa — e é a única relação que dá o devido espaço para a saudade, que é fermento e afrodisíaco. Depois de passar os dias se vendo só de vez em quando, viajar para um fim de semana juntos vira o céu na Terra: nunca uma sexta-feira nasce tão aguardada, nunca uma segunda-feira é enfrentada com tanta leveza.

Namoro é como o disco “Sgt. Peppers”, dos Beatles: parece antigo e, no entanto, não há nada mais novo e revolucionário. O poeta Carlos Drummond de Andrade também é de outro tempo e é para sempre. É ele quem encerra esta crônica, dando-nos uma ordem para a vida: “Cumpra sua obrigação de namorar, sob pena de viver apenas na aparência. De ser o seu cadáver itinerante".