Em tempo de eleições,
1º turno e agora 2º turno,
de tanta sacanagem
rolando solta por aí,
vale a pena reler
esse poema de Elisa Lucindo:
1º turno e agora 2º turno,
de tanta sacanagem
rolando solta por aí,
vale a pena reler
esse poema de Elisa Lucindo:
Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança
Quantas vezes minha esperança
será posta a prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar, malas,
cuecas que voam entupidas de dinheiro,
do meu dinheiro,
do meu dinheiro,
do nosso dinheiro,
que reservamos duramente pra educar
que reservamos duramente pra educar
os meninos mais pobres que nós,
pra cuidar gratuitamente da saúde
pra cuidar gratuitamente da saúde
deles e de seus pais,
esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade
esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade
e eu não posso mais...
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz,
minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança
vai esperar no cais?
vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem
pra aperfeiçoar o aprendiz,
pra aperfeiçoar o aprendiz,
mas não é certo que a mentira
dos maus brasileiros
dos maus brasileiros
venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples,
regada ao conselho simples de meu pai,
de minha mãe, minha avó
e dos justos que os precederam:
de minha mãe, minha avó
e dos justos que os precederam:
'não roubarás',
‘devolva o lápis do coleguinha!’,
‘esse apontador não é seu, minha filha’.
Ao invés disso, tanta coisa nojenta
e torpe tenho tido que escutar.
e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo,
coisa da qual nunca tinha visto falar
coisa da qual nunca tinha visto falar
e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste:
esse é o tipo de benefício
que só ao culpado interessará.
que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo,
com a velha e fiel fé do meu povo sofrido,
então agora eu vou sacanear:
com a velha e fiel fé
então agora eu vou sacanear:
Dirão: 'deixa de ser boba, desde Cabral,
que aqui todo mundo rouba'.
que aqui todo mundo rouba'.
Eu vou dizer: 'não importa,
será esse meu carnaval,
será esse meu carnaval,
vou confiar mais e outra vez'.
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos,
vamos pagar limpo a quem a gente deve
e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre,
ético e o escambau.
ético e o escambau.
Dirão: “É inútil, todo o mundo aqui é corrupto,
desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
Eu direi: Não admito,
minha esperança é imortal.
minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? I-M-O-R-T-A-L!
Sei que não dá para mudar o começo
mas, se a gente quiser,
vai dar para mudar o FINAL!” mas, se a gente quiser,
PENSEM NISSO!!
Esperança imortal - eis o que temos sempre, incansáveis. Parabéns pelo blog.
ResponderExcluirPodendo, visite-me em http://pretextoselr.blogspot.com/
Abraço.
Adorei o seu blog,estou preparando algumas aulas que terão como foco a leitura crítica da poesia "Só de sacanagem" de Elisa Lucinda,mostrarei para os meus alunos seu blog que realmente está bastante interessante.
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